Um das mais bela das parábolas de Jesus, impregnada da infinita misericórdia do coração de Deus, que penetra na profundidade da alma humana, onde se desenrola o drama do pecado.
«Aquele filho, que recebe do pai a sua parte da herança, abandona a casa paterna e vai para uma terra distante, vivendo uma vida desregrada, de certo modo, ele representa o homem de todos os tempos, começando por aquele que em primeiro lugar perdeu a herança da graça e da justiça original.
A analogia neste ponto é muito ampla.
A parábola aborda indiretamente todo o tipo de rupturas da aliança de amor, todas as perdas da graça e todo o pecado (Encíclica Dives in misericordia, nº 5; ver tb. Catecismo da Igreja Católica, nº 1439).
Dá-me a parte da herança:
Segundo Dt 21, 17 pertencia-lhe um terço, havendo só dois filhos. O pai podia fazer as partilhas em vida (cf. Sir 30, 28ss).
Partiu:
O pecado do filho foi abandonar o pai, esbanjar os seus bens e levar uma vida desregrada.
Uma grande fome:
É a imagem do vazio e insatisfação que sente o homem quando está longe de Deus, em pecado.
Cuidar de porcos:
era uma humilhação abominável para um judeu, que era proibido criar e comer porcos. Esta situação para um filho duma boa família era absolutamente incrível, o cúmulo da baixeza e da servidão.
A comida dos porcos:
O rapaz já se contentaria com uma tão indigesta e indigna comida, mas nem isso lhe era permitido! Aqui fica bem retratada a humilhação do pecado e a escravidão a que se submete o homem pecador (cf. Rom 1, 25; 6, 6; Gal 5, 1).
O filho pretendia ser livre da tutela do pai, mas acaba por perder a liberdade própria da sua condição: imagem do pecador que perde a liberdade dos filhos de Deus (cf. Rom 8, 21; Gal 4, 31; 5, 13) e se sujeita à tirania do demônio, das paixões.
Então, caindo em si:
A degradação a que a loucura do seu pecado o tinha levado, agora o leva a refletir, o primeiro passo para conversão, e decidir pela única saída digna e válida. Vou voltar para casa do meu pai:
Indica a atitude de quem começa a erguer-se da sua profunda miséria.
Pequei contra o Céu e contra ti:
nesta expressão retrata-se a dimensão transcendente do pecado; não é uma simples ofensa a um homem, é ofender a Deus, uma ofensa de algum modo infinita! O filho não busca desculpas, reconhece sinceramente a enormidade da sua culpa.
Trata-me como um dos teus trabalhadores:
É maravilhoso considerar como naquele filho arrependido começa a brotar o amar ao pai; o que ele quer é ir para junto do pai, estar junto a ele é o que o pode fazer feliz!
Por outro lado, não se atreve a pedir ao pai que o admita no gozo da sua antiga condição de filho, porque reconhece a sua indignidade, já não mereço ser chamado teu filho.
Ainda ele estava longe, quanto o pai o viu:
Este fato nos leva crer que o pai não só desejava ansiosamente o regresso do filho, mas também, muitas vezes, observava ao longe o caminho, na esperança de ver o filho voltar para casa, uma clara imagem de como Deus aguarda a conversão do pecador.
Encheu-se de compaixão... e correu:
é impressionante o contraste entre o pai que corre para o filho e o filho que simplesmente caminha para o pai. A misericórdia corre, é uma belíssima e expressiva imagem do amor de Deus para com um pecador arrependido!
Pai, pequei:
Apesar de se ver acolhido pelo pai, o filho não se recusa de confessar o seu pecado e de manifestar a atitude interior que o move a regressar.
A melhor túnica, o anel, o calçado:
São imagens da graça, o traje nupcial (cf. Mt 22, 11-13); assim nos espera o Senhor no Sacramento da Reconciliação, não para nos condenar ou recriminar, mas para nos receber na sua casa, restituindo-nos, cheio de misericórdia, a graça perdida.
Comamos e festejemos:
A imagem da Sagrada Eucaristia, segundo um sentido espiritual corrente.
O FILHO MAIS VELHO.
Esta segunda parte da parábola não se pode limitar a uma censura dos fariseus e escribas, cumpridores da lei, mas insensíveis ao amor. A parábola é também uma lição para todos nós, a fim de que imitemos a misericórdia de Deus para com um irmão que pecou (cf. Lc 6, 36); ele é sempre nosso irmão.
A MISERICÓRDIA DE DEUS.
A misericórdia de Deus é tão grande, que ultrapassa uma lógica meramente humana; esta segunda parte da parábola põe em evidência a misericórdia de Deus a partir do contraste com a mesquinhez do filho mais velho.
Essa parábola mostra Deus na figura do Pai e cada um de nós na figura do irmão mais velho, que rejeita a conversão de seu irmão, ou na figura do irmão mais novo, que vive uma vida cheia de pecados.
Deus na figura do pai tem paciência com seus filhos pecadores.
O pai descrito na parábola é muito paciente com o absurdo que o filho mais novo fez. O Pai não estava preocupado com os bens materiais que se perderam, mas com o crescimento do filho. Esse pai soube esperar o filho crescer e se arrepender de seus pecados. A paciência de Deus visa dar tempo para cairmos em si e nos arrependermos dos nossos pecados.
Pe. Jeová de Jesus Morais.
«Aquele filho, que recebe do pai a sua parte da herança, abandona a casa paterna e vai para uma terra distante, vivendo uma vida desregrada, de certo modo, ele representa o homem de todos os tempos, começando por aquele que em primeiro lugar perdeu a herança da graça e da justiça original.
A analogia neste ponto é muito ampla.
A parábola aborda indiretamente todo o tipo de rupturas da aliança de amor, todas as perdas da graça e todo o pecado (Encíclica Dives in misericordia, nº 5; ver tb. Catecismo da Igreja Católica, nº 1439).
Dá-me a parte da herança:
Segundo Dt 21, 17 pertencia-lhe um terço, havendo só dois filhos. O pai podia fazer as partilhas em vida (cf. Sir 30, 28ss).
Partiu:
O pecado do filho foi abandonar o pai, esbanjar os seus bens e levar uma vida desregrada.
Uma grande fome:
Cuidar de porcos:
era uma humilhação abominável para um judeu, que era proibido criar e comer porcos. Esta situação para um filho duma boa família era absolutamente incrível, o cúmulo da baixeza e da servidão.
A comida dos porcos:
O rapaz já se contentaria com uma tão indigesta e indigna comida, mas nem isso lhe era permitido! Aqui fica bem retratada a humilhação do pecado e a escravidão a que se submete o homem pecador (cf. Rom 1, 25; 6, 6; Gal 5, 1).
O filho pretendia ser livre da tutela do pai, mas acaba por perder a liberdade própria da sua condição: imagem do pecador que perde a liberdade dos filhos de Deus (cf. Rom 8, 21; Gal 4, 31; 5, 13) e se sujeita à tirania do demônio, das paixões.
Então, caindo em si:
A degradação a que a loucura do seu pecado o tinha levado, agora o leva a refletir, o primeiro passo para conversão, e decidir pela única saída digna e válida. Vou voltar para casa do meu pai:
Indica a atitude de quem começa a erguer-se da sua profunda miséria.
Pequei contra o Céu e contra ti:
nesta expressão retrata-se a dimensão transcendente do pecado; não é uma simples ofensa a um homem, é ofender a Deus, uma ofensa de algum modo infinita! O filho não busca desculpas, reconhece sinceramente a enormidade da sua culpa.
Trata-me como um dos teus trabalhadores:
É maravilhoso considerar como naquele filho arrependido começa a brotar o amar ao pai; o que ele quer é ir para junto do pai, estar junto a ele é o que o pode fazer feliz!
Por outro lado, não se atreve a pedir ao pai que o admita no gozo da sua antiga condição de filho, porque reconhece a sua indignidade, já não mereço ser chamado teu filho.
Ainda ele estava longe, quanto o pai o viu:
Este fato nos leva crer que o pai não só desejava ansiosamente o regresso do filho, mas também, muitas vezes, observava ao longe o caminho, na esperança de ver o filho voltar para casa, uma clara imagem de como Deus aguarda a conversão do pecador.
Encheu-se de compaixão... e correu:
é impressionante o contraste entre o pai que corre para o filho e o filho que simplesmente caminha para o pai. A misericórdia corre, é uma belíssima e expressiva imagem do amor de Deus para com um pecador arrependido!
Pai, pequei:
Apesar de se ver acolhido pelo pai, o filho não se recusa de confessar o seu pecado e de manifestar a atitude interior que o move a regressar.
A melhor túnica, o anel, o calçado:
São imagens da graça, o traje nupcial (cf. Mt 22, 11-13); assim nos espera o Senhor no Sacramento da Reconciliação, não para nos condenar ou recriminar, mas para nos receber na sua casa, restituindo-nos, cheio de misericórdia, a graça perdida.
Comamos e festejemos:
A imagem da Sagrada Eucaristia, segundo um sentido espiritual corrente.
O FILHO MAIS VELHO.
Esta segunda parte da parábola não se pode limitar a uma censura dos fariseus e escribas, cumpridores da lei, mas insensíveis ao amor. A parábola é também uma lição para todos nós, a fim de que imitemos a misericórdia de Deus para com um irmão que pecou (cf. Lc 6, 36); ele é sempre nosso irmão.
A MISERICÓRDIA DE DEUS.
A misericórdia de Deus é tão grande, que ultrapassa uma lógica meramente humana; esta segunda parte da parábola põe em evidência a misericórdia de Deus a partir do contraste com a mesquinhez do filho mais velho.
Essa parábola mostra Deus na figura do Pai e cada um de nós na figura do irmão mais velho, que rejeita a conversão de seu irmão, ou na figura do irmão mais novo, que vive uma vida cheia de pecados.
Deus na figura do pai tem paciência com seus filhos pecadores.
O pai descrito na parábola é muito paciente com o absurdo que o filho mais novo fez. O Pai não estava preocupado com os bens materiais que se perderam, mas com o crescimento do filho. Esse pai soube esperar o filho crescer e se arrepender de seus pecados. A paciência de Deus visa dar tempo para cairmos em si e nos arrependermos dos nossos pecados.
Pe. Jeová de Jesus Morais.