A quinta Palavra de Jesus na cruz: Depois disso, sabendo Jesus que tudo estava consumado, para que se cumprisse a Escritura até o fim, disse: “Tenho sede!” Havia ali, uma jarra cheia de vinagre. Amarrando uma esponja embebida de vinagre num ramo de hissopo levaram-na à sua boca (Jo 19,28-29). A exclamação de Jesus pode ser uma alusão ao Salmo 68(69),22: "Como alimento deram-me fel e na minha sede serviram-me vinagre". Não precisa ser interpretada como zombaria, escárnio dos soldados. Pode até ser uma expressão de afeto para com esse pobre Jesus de Nazaré que ardendo de dor e de febre por causa das inúmeras chagas, pede que, pelo menos, lhe molhem os lábios.
É um pedido tão humilde, extremamente humano. Já em outra ocasião (Jo 4,1-42) Jesus fez um pedido semelhante. Viajando pela Samaria chega à cidade de Sicar, perto da célebre fonte de Jacó. Cansado senta-se à beira do poço. Uma mulher vem para tirar água e Jesus lhe pede: "Dá-me de beber!" (Jo 4,7). Primeiro pede água e depois fala da "água viva" que ele mesmo dará. A mulher fica confusa e pensa na água natural, mas Jesus fala de outra água que ele oferece e ela ainda não conhece. Esta água só recebe quem abrir o coração. "Ao pedir à samaritana que lhe desse de beber, Jesus lhe dava o dom de crer. E, saciada sua sede de fé, lhe acrescentou o fogo do amor" (Prefácio, III Domingo da Quaresma, Ano A). Só quem procura confiante o Cristo, ouvirá o Senhor dizer: "Sou eu, que falo contigo" (Jo 4,26). Um impressionante detalhe: é a hora sexta em que Jesus fala perto do poço de Jacó da "água que jorra para a vida". Tempos depois, no Gólgota, à hora sexta, pendurado na cruz, Jesus pede água: "Tenho sede!"
Pároco de Uruará-Prelazia do Xingu
É um pedido tão humilde, extremamente humano. Já em outra ocasião (Jo 4,1-42) Jesus fez um pedido semelhante. Viajando pela Samaria chega à cidade de Sicar, perto da célebre fonte de Jacó. Cansado senta-se à beira do poço. Uma mulher vem para tirar água e Jesus lhe pede: "Dá-me de beber!" (Jo 4,7). Primeiro pede água e depois fala da "água viva" que ele mesmo dará. A mulher fica confusa e pensa na água natural, mas Jesus fala de outra água que ele oferece e ela ainda não conhece. Esta água só recebe quem abrir o coração. "Ao pedir à samaritana que lhe desse de beber, Jesus lhe dava o dom de crer. E, saciada sua sede de fé, lhe acrescentou o fogo do amor" (Prefácio, III Domingo da Quaresma, Ano A). Só quem procura confiante o Cristo, ouvirá o Senhor dizer: "Sou eu, que falo contigo" (Jo 4,26). Um impressionante detalhe: é a hora sexta em que Jesus fala perto do poço de Jacó da "água que jorra para a vida". Tempos depois, no Gólgota, à hora sexta, pendurado na cruz, Jesus pede água: "Tenho sede!"
A sede de Deus é o tema de comoventes orações do Antigo Testamento: "Assim como a corça suspira pelas águas correntes, suspira igualmente minh'alma por vós, ó meu Deus! Minha alma tem sede de Deus, e deseja o Deus vivo. Quando terei a alegria de ver a face de Deus?" (Sl 41(42),2-3). "Sois vós, ó Senhor, o meu Deus! Desde a aurora ansioso vos busco! A minh'alma tem sede de vós, minha carne também vos deseja, como terra sedenta e sem água" (Sl 62(63),2). Como o mandamento do amor tem duas faces: amor a Deus e amor ao próximo, a sede de Deus se manifesta também na sede de Justiça. Jesus chama de bem-aventurados os que têm "fome e sede de Justiça" (Mt 5,6). A Justiça requer engajamento em favor do Reino, na defesa da verdade contra a mentira, da honestidade contra todas as formas de corrupção. “Aprendei a fazer o bem. Buscai o direito. Corrigi o opressor. Fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva!” (Is 1,17).
Texto de: D. Erwin Kräutler, Bispo do Xingu
Ed: Pe. Jeová de Jesus MoraisTexto de: D. Erwin Kräutler, Bispo do Xingu
Pároco de Uruará-Prelazia do Xingu
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