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quinta-feira, 24 de maio de 2012

ASCENSÃO DO SENHOR - Mc 16, 15 – 20

A Ascensão do Senhor são os últimos momentos de Jesus junto aos apóstolos e a volta de Cristo ao PaiÉ a Sua entrada triunfal na glória do Pai, depois da humilhação do Calvário; é a volta ao Pai anunciada por si mesmo no dia de Páscoa; “Vou subir para o Meu Pai e vosso Pai, Meu Deus e vosso Deus” (Jo 20, 17). E aos discípulos de Emaús: “Não tinha o Messias de sofrer todas estas coisas para entrar na Sua glória?” (Lc 24, 26). A ascensão é um mistério redentor, que constitui, com a Paixão, a Morte e a Ressurreição, o mistério pascal. Convinha que os que tinham visto Cristo morrer na Cruz, entre os insultos, desprezos e escárnios, fossem testemunhas da sua exaltação suprema. Comentando sobre a Ascensão do Senhor, ensina São Leão Magno: “Hoje não só fomos constituídos possuidores do paraíso, mas com Cristo ascendemos mística, mas realmente, ao mais alto dos céus, e conseguimos por Cristo uma graça mais inefável que aquela que havíamos perdido.” O evangelho acima citado inicia com a ordem de Jesus: “vão pelo mundo inteiro e anunciem o evangelho a toda criatura!”(v.15). Começa, assim, definitivamente o tempo da comunidade cristã. No evangelho de Marcos, Jesus se apresenta anunciando o Evangelho (cf. 1,14). Os discípulos, portanto, darão sequência ao que Jesus fez, ampliando o campo de ação: - em 1,14 Jesus anuncia o evangelho na Galileia; - em 16,15 – os discípulos deverão fazê-lo pelo mundo inteiro e a toda criatura. O evangelho de hoje conclui que os discípulos saíram (-segundo a ordem do Senhor) e anunciaram por toda parte (v.20a) o que o Mestre anunciou: a boa notícia do mundo novo inaugurado com Jesus. Esta será a tarefa da comunidade cristã. Se os vv. 15.20a insistiam na palavra “anunciar”, o v. 16 enfatiza o resultado do anúncio: a fé que ele suscita. O anúncio provoca decisão: crer ou não crer. Também nesse aspecto encontramos ressonância desse versículo nas primeiras palavras de Jesus (Mc 1,15: creiam no evangelho). A pregação de Jesus leva as pessoas à resposta na fé; o anúncio dos discípulos tem – como resultado – provocar a fé que conduz à salvação: ” quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado” (v. 16). Os vv. 17-18 falam de sinais que acompanharão os que acreditarem (= todos os que aderirem a Jesus na fé) – os dois primeiros sinais (expulsar demônios em nome de Jesus e falar novas línguas- v.17) mostram que a ação é libertadora e comunicadora do mundo novo. De fato, o primeiro milagre que Jesus realiza em Marcos é o da expulsão de um espírito mau (1,21-28; cf. 1,32-34). Com esse gesto, e por força de sua palavra, Jesus vence e elimina tudo o que despersonaliza, oprime e marginaliza as pessoas, falando-lhes a nova linguagem da vida e liberdade. Assim deverão fazer os que tiverem fé em Jesus: libertar as pessoas de todo tipo de alienação. O terceiro e quarto sinais (pegar serpentes ou beber veneno mortal – v18a) falam dos confrontos e conflitos suscitados pela fé. Quem anuncia o projeto de Deus sofre oposições imprevistas e veladas (serpentes) ou evidentes e abertas (tentativa de matar os discípulos por envenenamento). Com Jesus foi assim; já em 3,6 do evangelho de Marcos, sua morte fora decretada. Os discípulos não terão sorte diferente. Contudo, o Pai não permitiu que a morte tivesse a última palavra. Assim também, ele agirá em favor dos fiéis. O quinto sinal (impor as mãos sobre os doentes, curando-os – v.18b), à semelhança do primeiro e segundo sinais (v.17), põe os discípulos em estreita comunhão com a prática de Jesus, que optou pelos sofredores, curando-os (cf. 1,34.40-45). O v. 19 marca o fim do caminho de Jesus: ” depois de falar aos discípulos, o Senhor Jesus foi levado ao céu, e sentou-se à direita de Deus”. Agora é a vez dos discípulos e da comunidade re-fazer os passos e ações de Jesus: re-construir o caminho e construir a história. Jesus supera as barreiras do tempo e espaço; está sentado à direita de Deus, mas ao mesmo tempo, ajuda os discípulos, provando, – por meio dos sinais que os acompanham , – que o ensinamento deles é verdadeiro (v.20b). O tempo da salvação e do Reino de Deus (cf. 1,154) não se fechou; pelo contrário, abriu-se universalmente através da ação de quem crê em Jesus e se torna seu representante em meio aos conflitos.
Ed: Pe. Jeová de Jesus Morais
Pároco de Uruará
Fote:  Prof. Ângelo Vitório Zambon Comissão Arquidiocesana de Liturgia – Campinas

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