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Uruará, Pará, Brazil
Igreja Católica Apostólica Romana, Una e Santa. Sua vida é missão.

domingo, 25 de abril de 2010

BOM PASTOR; João 10,27-30

Eu sou o bom pastor, diz o Senhor (Jo10,27-30).
 As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. (Jo.10,27). Disse Jesus: As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; elas jamais hão de perecer, e ninguém as roubará de minha mão. Meu Pai, que, mas deu, é maior do que todos; e ninguém as pode arrebatar da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um.
Jesus Cristo, o Bom Pastor.
O quarto Domingo da Páscoa é consagrado ao Bom Pastor. As leituras manifestam o amor universal de Jesus Cristo por todos os homens. Paulo e Barnabé anunciam a Boa nova da salvação aos gentios: «assim nos mandou o Senhor: fiz de ti a luz das nações para levares a salvação até aos confins da terra!» Acabamos de ouvir nos Atos dos Apóstolos. Mas no Apocalipse, a universalidade deste amor ainda nos aparece com mais nitidez: «Vi uma multidão imensa, que ninguém podia contar, vinda de todos os povos línguas e nações!» (Ap 7, 9).
Na verdade, sentimos grande alegria, pois podemos afirmar: «nós somos o povo de Deus, Ele nos fez, a Ele pertencemos, somos as ovelhas do seu rebanho», diz-nos. Que confiança desperta em nós o seu infinito Amor? Ele nos guarda e defende, Ele é para nós fonte de vida e salvação eterna! Faz-nos bem ouvir a sua voz, que atravessa os séculos e nos diz claramente: «Eu dou-lhes a vida eterna! Jamais hão-de perecer! Ninguém as arrebatará das minhas mãos!» (Jo 10, 28). Que nos pede o Bom Pastor para merecermos esta regalia? Apenas duas coisas: Escutar a sua voz e segui-Lo: «as minhas ovelhas escutam a minha voz e seguem-me» (Jo 10, 27).
Escutar a voz de Jesus o Bom Pastor.
«As minhas ovelhas escutam a minha voz!» Escutar é uma das atitudes fundamentais para um bom relacionamento entre pessoas de uma mesma comunidade. Saber escutar é um sinal de respeito e de amor a Deus e as pessoas.
Os profetas ao longo da história da Salvação, continuamente convidam o povo a escutar: «escuta, Israel!» «Escuta, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor!» (Dt 6, 4) «Ouvi esta palavra que o Senhor fala contra vós, ó filhos de Israel» (Amos 3, 1); «Escutai a palavra do Senhor, habitantes de Judá!» (Jer 7, 2). Escutar é o princípio da caminhada na fé. S. Paulo, na sua carta aos Romanos, diz que a fé nasce da pregação, ou seja, através da Palavra divina que entra em nós através do ouvido (Rom 10, 17). S. João, no prólogo do seu Evangelho, apresenta Jesus como o Verbo Divino, a Palavra do Pai. Na transfiguração: «Da nuvem luminosa ouviu-se a voz do Pai: “Este é o meu Filho, o meu Eleito, ESCUTAI-O!” (Lc 9, 35)
As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço e elas me seguem (Jo 10,27)A voz de Jesus é a voz do Pai: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10,30) Uma das maneiras de conhecer a voz do Bom Pastor é lendo a palavra de Deus (Dt 11,18s) e acolhendo-a no coração com fé, pois através das Sagradas escrituras, é Ele mesmo que nos fala (II Tm 3,16-17); “Meus ouvidos tinham escutado falar de ti, mas agora meus olhos te viram” (Jó 42,5).

Seguir e conhecer o Senhor.
«As minhas ovelhas seguem-me!». Seguir Jesus implica uma ação, uma decisão livre! Seguir alguém implica conhecer, amar, aderir. Jesus pedia aos seus discípulos para o seguirem: «Se alguém quiser ser meu discípulo, tome a sua cruz e siga-me» (Lc 9, 23). Pedro pergunta a Jesus o que acontecerá ao Apóstolo João. Jesus respondeu: «Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa? Tu segue-Me!» (Jo 21, 22) Bem sabemos como os Apóstolos deixaram tudo e seguiram Jesus (Lc 5, 11). Assim como os apóstolos tomemos a firme decisão de seguir Jesus! Peçamos ao Pai a força do Espírito Santo para nos ajudar a escutar voz do Bom Pastor, que há de nos conduzir às fontes da água viva, de tal modo que nunca mais teremos fome, nem sede! Deus enxugará as lágrimas dos nossos olhos! (Ap 7, 17), isto é, seremos felizes para sempre!                                                           Dá a vida pelas ovelhas.
Jesus é o Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas. Existe uma afetuosa relação pessoal entre Jesus, o Bom Pastor, e as suas ovelhas: Ele chama cada uma pelo seu nome, caminha à frente delas, e as ovelhas o seguem porque conhecem a sua voz…
Podemos ter confiança! Cristo nos garante: “Eu mesmo dou a vida para elas… E ninguém vai arrancá-las de minhas mãos…”
Peçamos ao Senhor a graça para distinguirmos a voz do Bom Pastor. Para tal, temos que ter um confronto permanente com a Sua Palavra; uma participação autêntica e consciente nos Sacramentos, onde recebemos a Vida que o Pastor nos oferece; constantemente, onde nos faz conhecer e reconhecer a sua voz do Pastor, Aquele que dá a vida pelas suas ovelhas.
Jesus é o pastor perfeito porque dá a sua vida pelas ovelhas. Nesse sentido, o verdadeiro pastor tem uma característica única: a ternura. Ele conhece as suas ovelhas pelo nome e chama-as «cada uma delas». Para Jesus não existem massas anônimas. Ele interessa-se por cada um dos seus discípulos, têm em conta os seus talentos, as suas virtudes e as fraquezas de cada um. Jesus entende as dificuldades dos seus, e, por isso, não antecipa os tempos, não impõe ritmos insustentáveis, mas considera a condição de cada um, ajudando-os e respeitando-os.
A missão do pastor e das ovelhas.
Ao pastor, cabe-lhe ir à frente, mostrar o caminho a seguir, propor a verdade, com amor. Mas a todos, e a cada ovelha do rebanho, cabe ir em frente, dando e alargando o seu espaço, para nele acolher ovelhas feridas, desnutridas, abandonadas! Ao Pastor, cabe cuidar do seu rebanho, e mantê-lo firme, atento e seguro nas mãos de Deus. Mas ao rebanho, já crescido e amadurecido, não assiste o direito de reservar para si o Pastor! O Pastor não deve ficar prisioneiro daqueles que o rodeiam sempre, antes deve procurar, aqueles que se desviaram ou nunca entraram no redil. E esta procura chegará a ser encontro, graças aos pés, às mãos e os olhos de cada uma das ovelhas! Não é este mais o tempo de dizermos «vem aqui, que estamos à tua espera»! É esta a hora de dizer «vou aí, que me esperas» e estar e aparecer fora das horas, dos modos e dos lugares habituais!
Pe. Jeová de Jesus Morais
Pároco de Uruará

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Plano catequético 2010 a 2014

PARÓQUIA NOSSA SENHORA DE FÁTIMA DE URUARÁ. PRELAZIA DO XINGU


Objetivo geral da catequese na paróquia: Anunciar Jesus Cristo, Caminho, Verdade e Vida, formando discípulos missionários, com fé vivenciada e celebrada em comunidade, à luz da opção pelos excluídos, rumo à maturidade em Cristo (conf. Ef. 4,13).

PLANO DE CATEQUESE PAROQUIAL 2010 – 2014.

Espírito:
“Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática.” (Lc 8,21)

Objetivo geral:
Inserir gradualmente o catequizando na vida litúrgica da Igreja e comunidade: oração, descoberta da importância do batismo, preparação para a celebração dos sacramentos da Eucaristia e da reconciliação; descobrindo o sentido cristão da vida e viver o projeto de Jesus em ordem a uma gradual personalização da fé e testemunho na comunidade


Objetivos específicos:
1. Descobrir que somos membro integrante de um povo eleito e Celebrar a alegria de sermos membros deste corpo que tem Cristo como cabeça, a Igreja.
2. Viver no amor verdadeiro, colocando-se a serviço dos irmãos a exemplo de Jesus.
3. Amar a Igreja e comprometer-se com a justiça sinal do reino de Deus.

4. Despertar e formar catequistas a partir da Palavra de Deus, a fim de que possam testemunhar Jesus Cristo e realizar sua missão profética, evangelizando as famílias, unindo fé e vida.

O que queremos.

Queremos envolver os pais das crianças e dos jovens na caminhada catequética. Fazendo-os sentir a Igreja como família. Desafiá-los para experiências mais estruturadas de aprofundamento da fé. E possam descobrir a Igreja como comunidade dos discípulos missionários de Jesus e fazer a experiência Eucarística como força que constrói a comunidade.

Fazer ecoar.
A palavra grega, que dá origem ao termo catequese, nos fornece mais luz para compreender o que seja catequese. KATA é algo que vem do alto com força. EKHÉO é eco, som que se expande por ter batido contra um obstáculo que o devolve e faz ressoar, repercutir para longe... ( Doc. Catequese Renovada, 31)
A Palavra de Deus vem dele, isto é, do alto. E vem com a força de sua autoridade divina. Ela entra pelos ouvidos e paira no coração da pessoa. Pela meditação esta palavra vai ecoando dentro desta pessoa, tomando conta dela, convertendo-a, transformando-a. Aos poucos a Palavra vai se manifestando: na vida da pessoa, no seu modo de seguir Jesus, na sua participação na comunidade eclesial e na missão que vai exercendo no mundo (família, trabalho, sociedade...).
É missão da catequese.
A missão da catequese é, portanto, ajudar o catequizando a escutar, com atitude de acolhida e disposição de conversão, a Palavra divina, estimulá-lo a deixar que a Palavra ecoe no coração e, também, que ela repercuta nas atitudes de uma vida nova no Senhor.
Catequistas mediadores do processo:
Esta compreensão do que seja catequese favorece, também, a compreensão da missão do catequista. Ele é um mediador para que o sujeito primeiro e principal da catequese, que é o catequizando, faça acontecer dentro de si um espaço e processo de escuta, eco e repercussão.
Não se trata, portanto, de um mero ato de “instruir”, “ensinar” as verdades cristãs, as normas do cristianismo, dar um cursinho de religião. É muito mais que isso. Primeiramente é preciso criar um clima próprio, específico, um clima de fé, um clima celebrativo, isto é, um clima de oração e meditativo, fundamental para acolher a Palavra e estabelecer o processo de conversão.

O catequista como mediador desta caminhada, deve ter conhecimento de alguns pontos fundamentais.

A) Ajudar.
É importante ajudar o catequizando a estabelecer o canal de diálogo e comunhão com Deus, que se oferece para entrar no seu coração e cativá-lo para si e para a missão;
B) O clima.
 O clima de comunidade de fé, amor e esperança é o meio ambiente propício para este processo. O testemunho, o apoio e o estímulo da comunidade facilitam o encontro pessoal com Deus-amor, no clima de nova evangelização, a catequese se reveste de características
evangelizadoras e reassume o modelo catecumenal da Igreja primitiva, como processo de educação e crescimento na fé. Neste clima de renovação e em obediência ao que propõe o Diretório Geral para a Catequese – DGC (1997), a CNBB no clima de nova evangelização, decidiu pela elaboração de um Diretório Nacional de Catequese..
C) A vida.
A vida com tudo o que ela acarreta, tem de estar bem presente no processo catequético, porque a Palavra vem para mexer profundamente com esta vida e transformá-la. É uma construção permanente.

 OUSAR EVANGELIZAR
A catequese na Paróquia Nossa Senhora de Fátima de Uruará tem como alvo a evangelização das crianças, dos jovens e dos adultos e supõe uma visão de ação conjunta de todas as pastorais da paróquia, toda ela em atitude de permanente, isto é, “estado de catequese”. Esta atitude permanente de todas as comunidades em “estado de catequese” indica que, todos os membros das comunidades precisam, continuamente, de ser catequizados e toda a comunidade assume a missão de catequizar.
A catequese é um “estado” permanente da Igreja como mistério de comunhão e participação, que exprime a relação profunda da Igreja universal e da Igreja particular, na qual está a paróquia e as comunidades cristãs que a compõem. Esta se torna próxima e visível na rica experiência dos grupos de catequese e das comunidades onde os cristãos nascem e educam na fé e nela vivem: a família, a paróquia, as associações e movimentos cristãos e as comunidades eclesiais de base. São estes os lugares da catequese, isto é, os espaços comunitários, em que se realiza a catequese de iniciação cristã e a educação permanente da fé. (DC, n.º 253)
O crescimento da comunidade é, por sua vez, a meta a atingir pela catequese.
A qualidade da catequese reflete, em grande parte, da qualidade de uma comunidade cristã e de sua organização. O Diretório diz: “A comunidade cristã é a origem, o lugar e a meta da catequese. É sempre da comunidade cristã que nasce o anúncio do Evangelho, que convida os homens e as mulheres à conversão e a seguirem Cristo. E é esta mesma comunidade que acolhe aqueles que desejam conhecer o Senhor e comprometer-se numa vida nova. Ela acompanha os catecúmenos e os catequizandos, no seu itinerário catequético; e, com materna solicitude, chama-os a participar na sua própria experiência de fé e integra-os no seu seio” (DC. nº 254)
Trabalhar a catequese como elemento permanente do crescimento da comunidade cristã, levando em conta as etapas dos diversos momentos do processo de crescimento da fé cristã. É na catequese, que se dá o
dinamismo de aprofundamento, crescimento e fidelidade da fé. Não pode ser a primeira expressão da missão evangelizadora. O primeiro momento é querigmático, isto é, o anúncio de Jesus Cristo em ordem a suscitar a fé. A catequese supõe uma primeira evangelização. Estas etapas sempre foram mais claras na missão “ad gentes”, onde o primeiro anúncio leva ao catecumenato e à catequese.
Em região como nossa, que não existe ainda uma tradição religiosa local, mas tudo está em processo de formação. Vivemos em uma região que foi povoada nos anos 70, por pessoas vindas de diversas regiões trazendo seus costumes e tradições e cada qual tentando preservar a sua cultura, seus costumes e suas tradições. (Cf o histórico da paróquia.) É neste ambiente complexo que a Igreja, de maneira inculturada, procura levar à todos a Boa Nova do Reino de Deus e para muitos o primeiro anúncio.

Um grande desafio.
Para além do pequeno número de “não batizados”, o grupo mais significativo é de batizados “descrentes”, que nunca fizeram o processo de iniciação cristã, para os quais a fé não é um dinamismo de vida. Muitos dos pais das crianças das nossas catequeses estão nessa situação, em que a catequese supõe uma primeira evangelização: “Na situação que exige uma nova evangelização, a coordenação torna-se mais complexa, visto que, por vezes, quer-se ministrar uma catequese ordinária a jovens e adultos que, antes, necessitam de um tempo de anúncio e de serem despertados na sua adesão a Cristo.
 Surgem problemas semelhantes em relação à catequese para as crianças e para a formação dos seus pais. Outras vezes são oferecidas formas de catequese permanente para adultos, que, na realidade, necessitam mais de uma verdadeira catequese de iniciação cristã.
A situação atual da evangelização implica que as duas ações, o anúncio missionário e a catequese de iniciação cristã, sejam concebidos de maneira coordenada; e que, na Igreja particular, sejam propostas através de um projeto evangelizador missionário e catecumenal unitário. “Hoje, a catequese deve ser vista, sobretudo como a conseqüência de um anúncio missionário eficaz”. (DC nn.º 276-277)
Isto exige que a paróquia ofereça ações evangelizadoras, diferenciadas na própria pedagogia catequética, para as diversas situações dos destinatários em relação à fé: não batizados, batizados “descrentes” e batizados com fé. Esta é, certamente, uma das maiores exigências da catequese nas comunidades da nossa paróquia. A catequese é, neste quadro, uma expressão permanente da vitalidade das comunidades cristãs e recebe destas as características dinâmicas e a inspiração pedagógica.
A ação é de Deus.
A catequese parte da graça sobrenatural dos sacramentos da iniciação cristã e visa a “iluminação” da mente e do coração em ordem a uma vida cristã autêntica. Percebi que durante a caminhada catequética o cristão descobre e experimenta o que é viver como cristão, e percebe, no concreto da sua vida, qual é o caminho da fidelidade, a Deus, a Cristo, e à Igreja. Descobre a Igreja como “casa da comunhão” e caminho de salvação. É por isso que o catecumenato, como era praticado nos primeiros séculos da Igreja, continua a ser o modelo da catequese: é um caminhado, feito em comunidade eclesial, para descobrir toda a exigência e riqueza do batismo, sacramento que nos uniu a Jesus Cristo. Como diz o Diretório:
“O modelo de toda a catequese é o catecumenato batismal, que é a formação específica através da qual o adulto, convertido à fé, é levado à confissão da fé batismal, durante a Vigília Pascal. Esta formação catecumenal deve inspirar as outras formas de catequese, nos seus objetivos e no seu dinamismo”. ( DC n.º 59)
A caminhada catequética, aprofundando o batismo já recebido, prepara o catequizando para a confissão de fé, que ele deve exprimir na celebração litúrgica, na proclamação convicta do Evangelho e no testemunho da vida. É a isso que a Igreja chama iniciação cristã, como diz o Diretório:
“A catequese é, assim, um elemento fundamental da iniciação cristã e está estreitamente ligada aos sacramentos de iniciação, de modo particular ao Batismo, sacramento da fé. O elo que une a catequese ao Batismo é a profissão de fé, que é, ao mesmo tempo, o elemento interior deste sacramento e objetivo da catequese. A finalidade da ação catequética consiste precisamente nisto: favorecer uma profissão de fé viva, explícita e atuante. Para alcançar esta finalidade, a Igreja transmite aos catecúmenos e aos catequizando a sua fé e a sua viva experiência do Evangelho, a fim de que estes a assumam como sua e, por sua vez a professem”. (DC n.º 66)
A dimensão comunitária prevalece sobre a individual.
A caminhada catequética aqui da paróquia Nossa Senhora de Fátima de Uruará, faz-se em comunidade de fé. Na experiência da vida cristã, a dimensão comunitária prevalece sobre a individual. Neste aspecto, os grupos de catequese procuram ter a qualidade e a atuação de uma pequena comunidade, que caminham em conjunto, sempre com a consciência de que são parte de uma comunidade maior, com a qual celebram o culto dominical, celebração da palavra e a eucaristia quando tem a visita do padre.
Do enunciado desta característica ressalto que o processo da catequese, por aqui, não é só, nem, sobretudo, aprendizagem doutrinal. É descoberta progressiva da pessoa de Jesus, da Igreja, do mistério da salvação. A compreensão da mensagem de Jesus faz-se com a inteligência e com o coração, guiados pela Palavra de Deus, aprendendo a rezar e a celebrar, e ganhando gosto missionário de testemunhar a fé. Esta caminhada ajuda introduzir o catequizando na lógica da graça, fazendo-o a vencer uma visão naturalista da vida.

Envolver os pais na caminhada catequética da comunidade.

É neste quadro que se situa a hipótese de envolver os pais das crianças e dos jovens na caminhada catequética. Isso se torna mais difícil se a catequese for concebida apenas como comunicação doutrinal de conhecimentos. Trata-se de convidá-los a entrar num processo de vida que os seus filhos estão a percorrer.
Convém tipificar os pais na sua situação concreta em relação à vida cristã, como foi dito anteriormente, normalmente bastante diversificada aqui no contexto da nossa realidade: Há as famílias de tradição religiosa, em que os pais estão inseridos ativamente na vida da comunidade. A comunidade cristã faz parte de um processo natural na vida dessas famílias, é na comunidade que elas buscam na palavra de Deus e na eucaristia o alimento para o crescimento na fé. Entre estas famílias e a catequese existe sintonia e cooperação, porque de fato a primeira catequese acontece na família e a maioria dos catequistas pertence a essas famílias. Nestes casos a iniciação cristã se dá em casa.
Por outro lado há um grande número de famílias que não vem de uma tradição religiosa, não foram catequizados e não tem o conhecimento dos princípios da fé cristã, porém ainda inscrevem os seus filhos na catequese, mas que não sendo praticantes guardam uma atitude de fé elementar ou que, na prática, uma fé desligada da participação na vida da comunidade. Para este grupo, a pedagogia não pode ser a da catequese, mas a da primeira evangelização.
Qual a nossa atitude?
Valorizar o acolhimento dos pais no ato de inscrição. É um momento importante na sua missão de educadores. Dizer-lhes claramente o que a Igreja se propõe fazer com os seus filhos na caminhada catequética, o que pede, não apenas a sua aceitação, mas o seu empenhamento. Todo o acolhimento pastoral pode ser momento de primeiro anúncio da fé.
Desde o início o catequizando tem de se sentir bem acolhido para se abrir à experiência comunitária. Este acolhimento deverá atingir também a família do catequizando e toda a família comunitária. Nesta etapa entram diversos elementos, cada um com a sua missão específica: a comunidade como origem, lugar e meta da catequese, o catequista como delegado da comunidade, a família como suporte da vivência comunitária da fé; o catequizando como sujeito ativo da catequese. Todos são importantes e ninguém se deve demitir da sua missão porque esta é de todos.
Despertar o sentido missionário das crianças, jovens e adultos junto das próprias famílias. Na medida em que eles se vão “convertendo” a Jesus Cristo e à Igreja, tornam-se agentes de evangelização, começando por sua casa.
Aproveitar todos os contatos com os pais para lhes anunciar a fé, envolvendo-os o mais possível na caminhada da comunidade e no acompanhamento dos filhos.
Envolvê-los de simpatia e amor fraterno no contexto comunitário, fazendo-os sentir a Igreja como família. Desafiá-los para experiências mais estruturadas de aprofundamento da fé.


Obs: Esta é a primeira parte do Plano.


Pe. Jeová de Jesus Morais

HISTÓRICO DA PARÓQUIA DE URUARÁ - Pa.

LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA:  O município de Uruará está localizado no estado do Pará, ao longo da Rodovia Transamazônica, mais precisamente no km 180, no trecho entre os municípios de Altamira e Itaituba,surgiu a partir do PIN - Plano de Integração Nacional e do Projeto de Colonização do INCRA,na década de 70,  onde para cá foram trazidos grandes números de migrantes de várias regiões do País. Uruará, palavra de origem indígena que significa “CESTO DE FLORES”.  

O município de Uruará pertence a mesorregião Sudoeste  Paraense e à microrregião de Altamira. A sede do município apresenta as seguintes coordenadas geográficas: 03°42’54 de Latitude Sul e 53°44’24, de Longitude a Oeste de Greenwich, com uma área territorial de 10.637 Km². Seus limites são: ao Norte Prainha e Medicilândia; a Leste Medicilândia e Altamira; ao Sul Altamira e a Oeste Santarém. As manchas de solos mais freqüentes são dos tipos Latossolo Amarelo, Terra Roxa Estruturada e Podzólico Vermelho-Amarelo, com boas condições de fertilidade, permitindo a adaptação de culturas anuais e perenes.
A vegetação natural é mata de terra firme quase inexistindo várzeas e igapós.
Os rios, Uruará, Trairão e Tutuí, e seus afluentes, formam uma rede hidrográfica de pequeno porte, se considerado as proporções hidrográficas da Amazônia. O Município apresenta níveis topográficos expressivos, notadamente na faixa sul, com topografia tubuliforme e colinosa, aonde esses níveis chegam a alcançar centenas de metros. É nessa faixa que foi implantada a Rodovia Transamazônica e a sede municipal. À parte Centro-Oeste, com platôs e tabuleiros do terciário, apresenta cotas, sucessivamente descendentes, em direção Norte, com desnível da drenagem rumo ao Amazonas.
Com cota mais elevada, há a referência 463 metros, a Sudoeste e a mais baixa 24 metros, a Nordeste, sendo que a sede municipal está elevada em cerca de 100 metros do nível do mar. O acesso principal é a Rodovia Transamazônica – BR 230 / PA. Por via área e terrestre até Altamira/Santarém, com saída para todos os estados.
Histórico da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima.
A Paróquia Nossa Senhora de Fátima de Uruará, que pertence a Prelazia do Xingu, estado do Pará, compreende tudo o município de Uruará e ainda algumas comunidades do município vizinho do lado leste, Medicilândia. Como foi dito acima o município de Uruará está localizado na região sudeste do Estado do Pará e tem uma área de 10.839,669 km², com mais de 55.000 habitantes. Uma recente pesquisa feita por uma entidade local, afirma que 83,73% da população do município é católica.
As primeiras comunidades da paróquia Nossa Senhora de Fátima surgiram nos anos 70 junto com a Rodovia Transamazônica e foram criadas pelas famílias de imigrantes das várias regiões do País que pra cá vieram em busca de terra para trabalhar e de uma vida melhor, mas, infelizmente, nem para todos isso foi possível.
Muitas famílias que foram trazidas pelo governo militar da época foram abandonadas à margem da rodovia ou do projeto de rodovia, sem nenhuma assistência de saúde, educação e moradia. Muitos morreram abandonados no meio da selva, infectados por doenças típicas da região amazônica, como malária febre amarela, picadas de inseto, de cobras, etc.
Dentro deste contexto de sofrimento, de saudade da terra natal, dos amigos e familiares que ficaram para trás, mas sem perder esperança de uma vida melhor, é que começou a formação das primeiras comunidades da paróquia Nossa Senhora de Fátima de Uruará. Essas comunidades que aos poucos se organizavam eram dirigidas, na sua maioria, por mulheres, mães de famílias, que se reuniam aos domingos para rezar o terço, ou fazer a celebração da palavra, o culto dominical, mantendo assim viva a fé no Nosso Senhor Jesus Cristo, nosso salvador.
As famílias também se encontravam nas casas para as orações e devoções populares, tais como: novenas, tríduos e terços, que eram concluídas com verdadeiras festas e celebrações em honra dos seus santos padroeiros, preservando assim, em terra distante, seus costumes e suas tradições religiosas herdadas dos seus antepassados.
Os primeiros padres que atendiam as comunidades recém-criadas e davam assistência religiosa às famílias recém-chegadas, eram da Congregação do Preciosismo Sangue de Cristo (C.PP.S.) e vinham de Altamira sede da Prelazia do Xingu, que fica a 180 km da cidade de Uruará. Mais tarde foram os Padres Xaverianos, (S.X.) que assim como os missionários do Preciosismo Sangue de Cristo, também eles, vinham de Altamira, duas ou três vezes por ano visitando as famílias e as comunidades; anunciando a Boa Nova de Jesus Cristo através das celebrações da Santa Missa, da realização dos sacramentos e orientações catequéticas com palestras e pequenos encontros de formação, para preparar as novas e futuras lideranças das comunidades.
Diariamente, chegavam novas famílias à região. Novas comunidades surgiam e se organizavam em torno da Palavra de Deus e na esperança da nova visita do padre.
 Assim foram dados os primeiros passos no processo de evangelização na região e na formação das comunidades da futura paróquia, Nossa Senhora de Fátima de Uruará.
Em 1974 veio o padre Oscar A. Führ da Arquidiocese de Porto Alegre-RS, para trabalhar e morar na então área de pastoral de Uruará. Junto com uma pequena equipe de agentes de pastoral formada por leigos e coordenada pelo padre que acompanhava e organizava de maneira mais sistemática as comunidades recém-criadas, dando uma assistência religiosa mais de perto.
Em 1977 uma pequena comunidade religiosa da congregação dos Irmãos Lassalistas fixa-se na área para auxiliar no campo da educação escolar e no atendimento pastoral.
No início de 1983, as Irmãs Franciscanas de Ingolstadt fundaram uma comunidade com três irmãs na região, dedicada exclusivamente à pastoral.
A partir do meado dos anos 1970, já sob a liderança e orientação do Pe. Oscar, as comunidades começaram a se organizar mais concretamente, construindo suas capelas, pequenos barracos, construídos de tábua, de taipa ou pau-a-pique, que também eram usadas como escola para a alfabetização das crianças, filhos dos imigrantes.
Em 1991, o Bispo da Prelazia do Xingu, D. Erwin Kräutler erigiu a Paróquia Nossa Senhora de Fátima de Uruará, já com o padre Francisco Glory, um missionário do MEP, (Missiona Estrangéres de París) que sucedeu o padre Oscar A. Führ em 1986.
O Pe. Francisco Glory, (Pe. Chico), como é conhecido na paróquia, trabalhou em Uruará até 2003, de 2003 a 2005 trabalharam os padres Blásio Henz e Roberto Henming da arquidiocese de Porto Alegre. A partir de 2005 assumiu a paróquia Nossa Senhora de Fátima o Pe. Jeová de Jesus Morais, que é diocesano da Prelazia do Xingu.
A área da paróquia Nossa Senhora de Fátima de Uruará começa no km 135 e vai até o km 224 da rodovia transamazônica, no sentido Altamira - Itaituba. De 5 em 5 km tem uma vicinal do lado sul e outra do lado norte, isto é , uma do lado esquerdo e outra do lado direito da rodovia, como formato da espinha do peixe. Alguns desses travessões ou vicinais têm até 07 comunidades e chegam a mais de 100 km de extensão, sem contar os ramais que interligam as vicinais.
A nossa Paróquia é formada por oitenta e uma (81) comunidades, ao longo do município de Uruará com algumas comunidades no município vizinho, conforme o relato acima. As comunidades estão divididas entre zona rural e urbana, sendo que a maioria absoluta está na zona rural: são oito (08) comunidades na cidade, onze (11) na beira da rodovia transamazônica e as demais nas vicinais.

Atualmente tem só um padre, para atender todas as comunidades, o padre Jeová de Jesus Morais. É uma missão muito difícil e ainda mais, quando se trata da nossa região que historicamente padece do mal crônico da ausência de políticas públicas. A população sofre com falta
de assistências básicas como: saúde, educação, moradia, estradas e até alimentação.


Pe. Jeová de Jesus Morais
Pároco de Uruará