MISTÉRIO PASCAL
Pessach (Páscoa), palavra hebraica que significa passagem, transformação de vida, ou seja, sair de uma vida de escravidão para uma vida de libertação. Outra referência da Páscoa é a passagem de Deus sobre as casas dos hebreus, quando Ele exterminou os primogênitos dos egípcios, poupando e libertando seu povo. “Naquela noite, passarei através do Egito, e ferirei os primogênitos no Egito, tanto os dos homens como os dos animais, e exercerei minha justiça contra todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor”(Ex 12, 12). Nesta cerimônia os judeus atualizam os acontecimentos da noite em que Deus, através de Moisés, libertou o povo de Israel da escravidão no Egito, conduzindo-os à Terra Prometida.
Páscoa cristã.
Os cristãos celebram o mistério pascal:
da morte - ressurreição e glorificação de Jesus
Os evangelhos, principalmente os sinóticos, nos ajudam no caminho espiritual rumo a Páscoa. Mas o que diz concretamente o evangelista Marcos, no seu relato da Ressurreição? Par obtermos essa resposta buscaremos na fonte Mc 16, 1-8 e Mateus 28, 1-8 e Lc 24, 1-10. Jesus, após sua morte na cruz, foi sepultado em um túmulo novo. Ora, a lei romana dizia que um condenado à morte deveria ser devorado pelos corvos. Por sua vez, a lei judaica mandava que fosse sepultado numa fossa comum.
JESUS É REI.
O fato de Jesus ter sido sepultado num túmulo novo, talhado na rocha, e fechado com uma pedra (cf. Mc 15.42-47), é sinal de glória e honra. Sepultura digna dos nobre e reis, JESUS É REI. O sepultamento de Jesus foi às pressas, porque já era sábado, e as mulheres não puderam fazer as honras fúnebres a Jesus. Por isso, passado o sábado, no primeiro dia da semana, elas foram ao túmulo ao nascer do sol. Encontram o túmulo aberto..., alguém rolara a pedra... A pedra que era muito grande (Mc 16, 4) e já fora removida, não pelas mãos de homens, mas de outra maneira.
Este túmulo, portanto, é sinal do triunfo da vida sobre o reino dos mortos. A vida triunfa sobre a morte. Com diz o refrão: “Ó morte onde está tua vitória Cristo ressurgiu honra e glória”.O túmulo aberto é símbolo do triunfo da vida sobre a morte. A ausência do corpo de Cristo, portanto, não pode ser sinal nem critério da ressurreição. Não podemos basear a nossa fé em um sepulcro vazio. O simbolismo está no túmulo aberto (vida) e no túmulo fechado (morte).
Qual o comportamento das mulheres? O que fazem? Observam de longe e vêem quando rola a pedra para fechar o túmulo, feito por vários homens. Voltando para o lugar da sepultura se perguntam: “Quem rolará a pedra da entrada do túmulo para nós?” (Mc 16, 3). Elas se voltam para o passado e no passado tem um morto. Podemos procurar Jesus voltando-nos para o passado?
O itinerário não é aquele de procurá-lo entre os mortos, mas de encontrá-lo entre os vivos, no momento presente. É o anjo de Deus que tira a preocupação das mulheres: “quem rolará a pedra?” Deus sempre providencia os seus anjos... Dentro do túmulo, as mulheres vêem um anjo à direita (vida), vestido de branco (pertence ao céu). O branco é a cor da vitória. A mensagem do anjo é no presente: “Ressuscitou, não está aqui” (Mc 16, 6). E as mulheres? As mulhres perguntam: Onde podemos encontrar Jesus? “Ele vos precede na Galiléia. Lá o vereis” (Mc 7). A Galiléia é o lugar do encontro com Jesus. A presença do anjo no túmulo reforça o que as Escrituras falam: “Ressuscitou”! O que fazem as três mulheres? Tornam-se anunciadoras, missionárias do Ressuscitado. Por que três? Para que acreditassem, três testemunhas não uma só elas anunciaram aos apóstolos, mas eles não acreditaram. Para acreditar é preciso uma iluminação superior, iluminação divina: “Ele se manifestou aos onze, quando estavam à mesa e censurou-lhes a incredulidade e a dureza de coração, porque não haviam dado crédito aos que o tinham visto ressuscitado” (Mc 16, 14).
Também nós, nesta páscoa do Senhor, somos convidados a procurá-lo entre os vivos e nos tornarmos discípulos missionários, anunciadores da Ressurreição, da vida. Nós não somos a Igreja do sepulcro vazio, mas do sepulcro aberto, que irradia a luz da ressurreição iluminando a vida nova do cristão e no Cristo, a sua fé, a sua esperança e caridade.
Devemos, sim, olhar, qual tipo de pedra está fechando o sepulcro, impedindo que a vida cristã se torne cada vez mais bonita e apaixonante, cada vez mais transparente e coerente, cada vez mais sólida e iluminada. Certo é que ainda hoje precisamos que o anjo nos diga: “Estais procurando Jesus de Nazaré, o Crucificado? Ressuscitou!” (Mc 16). Que a explosão do sepulcro, na noite da ressurreição, quebre em nós todas as pedras que impedem que a vida brote em plenitude e abundância.
A páscoa é a vitória do Ressuscitado sobre o antigo inimigo ( a serpente), sobre o pecado e a morte, é a antecipação daquilo que irá se manifestar na consumação dos tempos, conforme canta o livro do Apocalipse: “O império de nosso Senhor e de seu Cristo estabeleceu-se sobre o mundo, e Ele reinará pelos séculos dos séculos. Graças te damos, Senhor, Deus Dominador, que és e que eras, porque assumiste a plenitude do teu poder real” (Ap 11,15.17). Portanto, louvemos ao Senhor, alegremo-nos e exultemos Nele, aleluia! Aleluia! Aleluia!
Feliz Páscoa.
É pelo Mistério Pascal que todos os homens e as mulheres são salvos e participam da vida divina. Logo, pode-se entender o Mistério Pascal o supremo sacrifí¬cio, de valor infinito, que Jesus ofereceu a Deus Pai a favor da salvação da humanidade.
Assim como a Páscoa, para os judeus, está ligada à passagem do Mar Vermelho, para os cristãos liga-se à passagem da Morte para a Vida, sentido último do Mistério Pasca.
É não mais ficar chorando pelo túmulo vazio, mas doar o tempo em testemunhar que Ele está vivo e caminha conosco.
Celebremos com alegria a verdadeira Vitória de Jesus Cristo que é a sentido último da nossa vida.
Uma FELIZ E ABENÇOADA PASCOA.
Pe. Jeová de Jesus Morais
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