O contexto deixa ver que se trata do Espírito Santo, sublinhando o seu papel de advogado (ver 15, 26; 16, 7-11).
Seria preferível manter a designação tradicional de Paráclito, para assim englobar os diversos aspectos e pôr em evidência a sua realidade misteriosa e transcendente, não virá, porém, para O substituir, mas para continuar e aprofundar a missão de Jesus (v. 26), assim como Jesus, que também não fala por conta própria (v. 24) No evangelho em questão, em uma parte do trecho deste discurso, é retomado o tema dos mandamentos de Jesus e sua observância, e o dom do Espírito.
Todos seus mandamentos convergem para o seu novo mandamento: "Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros"
«Não vos deixarei órfãos; voltarei para junto de vós». Esta volta de Jesus não é a das aparições depois da Ressurreição, nem a da parusia, mas um regresso duradoiro, permanente, que se dará «daqui a pouco» (v. 19), uma presença só perceptível pela fé – «o munido já não Me verá» –, que Jesus promete a todos os Seus depois da Ressurreição (Jo 16, 16-24).
A culminância dos mandamentos é o amor divino de Jesus a ser vivido pelos discípulos, em comunhão de vida eterna com o Pai. Associado a este amor está o dom do Paráclito, o Espírito da Verdade.
O Pai dará este Espírito, ele permanece junto de nós e está em nós.
Futuro e presente se unem, no dom do Espírito.
Importante frisar que: com a sentença: "Ainda um pouco de tempo e o mundo não mais me verá; mas vós me vereis, porque eu vivo, e vós vivereis", Jesus afirma sua permanência na vida divina e eterna e o dom desta vida àqueles que cumprem seu mandamento de amor.
Nesse sentido, o Espírito que nos é dado nos revela a presença de Jesus entre nós: "Não vos deixarei órfãos: eu voltarei a vós... Naquele dia sabereis que eu estou no meu Pai, e vós em mim, e eu em vós” – Jesus pré-anuncia o dia de Pentecostes que vivenciaremos cinqüenta dias após a páscoa. A volta de Jesus, ele no Pai, os discípulos nele e ele nos discípulos, significa a comunhão de vida eterna com Deus já neste mundo, a partir da comunhão de
Pe. Jeová de Jesus Morais
Pároco de Uruará
Prelazia do Xingu