
1 A palavra de Javé foi dirigida a Jonas, filho de Amati, ordenando: 2 «Levante-se e vá a Nínive, a grande cidade, e anuncie aí que a maldade dela chegou até mim». 3 Jonas partiu, então, com intenção de escapar da presença de Javé, fugindo para Társis. Desceu até Jope e aí encontrou um navio de saída para Társis. Pagou a passagem e embarcou, a fim de ir com eles até Társis, para escapar assim da presença de Javé.
4 Javé, porém, mandou sobre o mar um vento forte, que provocou uma grande tempestade e ondas violentas.

7 Depois disseram uns aos outros: «Vamos tirar sorte para ver quem é o culpado dessa desgraça que nos está acontecendo». Tiraram a sorte, e ela caiu em Jonas.

10 Os marinheiros ficaram com medo, e lhe perguntaram: «O que foi que você fez?» Eles tinham percebido que Jonas estava fugindo da presença de Javé, pois ele próprio lhes tinha contado tudo.

13 Os homens tentavam remar, a fim de chegar mais perto da terra firme, mas não conseguiam, pois o mar ia ficando cada vez mais agitado, ventando contra eles. 14 Então invocaram a Javé, dizendo:

15 Pegaram Jonas e o jogaram ao mar. Imediatamente o mar acalmou a sua fúria. 16 Daí para frente aqueles homens começaram a temer muito a Javé, oferecendo-lhe sacrifícios e fazendo votos.
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* 1,1-16: Jonas recusa obedecer a Javé porque Nínive, capital da Assíria, representa um dos maiores e mais encarniçados inimigos de Israel. Ele foge exatamente para a direção contrária. A tempestade, porém, lhe impede a fuga, e no curso da tumultuada viagem, sem querer, Jonas torna-se instrumento das primeiras conversões: os marinheiros invocam a Javé.
2 ...

1 Javé enviou um peixe bem grande para que engolisse Jonas. E Jonas ficou no ventre do peixe três dias e três noites. 2 E do ventre do peixe, Jonas dirigiu a Javé, seu Deus, a seguinte oração: 3 «Na minha angústia invoquei a Javé, e ele me atendeu. Do fundo do abismo pedi tua ajuda, e ouviste a minha voz. 4 Jogaste-me nas profundezas, no coração do mar, e a torrente me envolveu. Passaram sobre mim as tuas ondas e vagas. 5 Então pensei: ‘Eu fui expulso para longe dos teus olhos; nunca mais poderei admirar a beleza do teu santo Templo?’ 6 Eu estava cercado de água até o pescoço, o abismo me rodeava, um lodo se agarrava à minha cabeça.

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* 2,1-11: Jonas não pode fugir. Pelo contrário, é forçado a encontrar-se consigo mesmo e com Deus; a experiência é feita dentro de uma angústia mortal, figurada pelo mar e pelo ventre do peixe. Desse modo, Jonas parece aprender a lição: a salvação pertence a Javé, que a concede a quem ele quiser. A oração de Jonas é uma verdadeira síntese de trechos, cujos paralelos podem ser encontrados em vários Salmos.
3 ....

1 A palavra de Javé foi dirigida a Jonas pela segunda vez, ordenando: 2 «Levante-se e vá a Nínive, a grande cidade, e anuncie-lhe o que vou dizer a você». 3 Jonas se levantou e foi a Nínive, conforme Javé lhe tinha ordenado. Nínive era uma cidade fabulosamente grande: tinha o comprimento de uma caminhada de três dias. 4 Jonas entrou na cidade e começou a percorrê-la, caminhando um dia inteiro. Ele dizia: «Dentro de quarenta dias, Nínive será destruída!»
5 Os moradores de Nínive começaram a acreditar em Deus, e


10 Deus viu o que eles fizeram e como se converteram de sua má conduta; então, desistiu do mal com que os tinha ameaçado, e não o executou.
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* 3,1-10: Uma nova ordem de Javé, e dessa vez Jonas obedece. Nínive é o símbolo do mundo pagão; por isso, é apresentada com dimensões incrivelmente vastas. O profeta ainda não mudou de idéia sobre os pagãos: sua pregação só apresenta ameaças. Todavia, vemos em Nínive aquilo que nenhum profeta conseguiu em Israel: os pagãos se arrependem e se convertem, participando da penitência inclusive os animais. Como é que Deus poderia negar o perdão a essa gente mais sensata que o povo de Israel?
4 ...

1 Jonas ficou muito desgostoso e despeitado. 2 E rezou a Javé: «Ah! Javé! Não era justamente isso que eu dizia quando estava na minha terra? Foi por isso que eu corri, tentando fugir para Társis, pois eu sabia que tu és um Deus compassivo e clemente, lento para a ira e cheio de amor, e que voltas atrás nas ameaças feitas. 3 Se é assim, Javé, tira a minha vida, pois eu acho melhor morrer do que ficar vivo».
4 Javé respondeu-lhe: «Está certo você ficar irritado desse jeito?»
5 Jonas saiu da cidade e ficou no lado do nascer do sol.



* 4,1-11: Ao invés de se alegrar, Jonas fica profundamente despeitado com a conversão dos ninivitas e com o perdão concedido a eles por Javé. Jonas parece uma criança mimada, que quer tudo para si, sem ter que repartir nada com ninguém: seu coração está fechado, e ele não consegue aceitar que Deus seja bom para os outros. Com delicadeza e até humorismo, Deus lhe dá uma lição, para que se confronte e se questione diante do seu próprio egoísmo. Todo esse final relembra de perto Lc 15,25-32.
Pe. Jeová de Jesus Morais
Pároco de Uruará
Prelazia do Xingu
(Texo da Bíblia Ed: Pastoral da Paulus).
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