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domingo, 6 de junho de 2010

Comentário da 1ª leitura e do evangelho do X domingo do Tempo comum

EVANGELHO – Lc 7,11-17
Naquele tempo, dirigia-Se Jesus para uma cidade chamada Naim; iam com Ele os seus discípulos e uma grande multidão.
Quando chegou à porta da cidade, levavam um defunto a sepultar, filho único de sua mãe, que era viúva. Vinha com ela muita gente da cidade.
Ao vê-la, o Senhor compadeceu-Se dela e disse-lhe:   «Não chores».

Jesus aproximou-Se e tocou no caixão; e os que o transportavam pararam.
Disse Jesus:
«Jovem, Eu te ordeno: levanta-te».
O morto sentou-se e começou a falar; e Jesus entregou-o à sua mãe.
Todos se encheram de temor e davam glória a Deus, dizendo:
«Apareceu no meio de nós um grande profeta; Deus visitou o seu povo».
E a fama deste acontecimento espalhou-se por toda a Judeia e pelas regiões vizinhas.             TEMA.
A dimensão profética é o assunto da liturgia da Palavra deste X domingo do tempo comum, em Elias, o profeta da esperança e da vida, em Paulo, o profeta do Evangelho recebido de Deus, e, particularmente, em Jesus, o grande profeta que visita o seu povo em atitude de total doação.
A leitura de 1Rs 17,17-24 apresenta-nos a figura da viúva de Sarepta, que significa a perda da esperança e o sentimento de derrota e de procura de um culpado, e a figura do profeta Elias, que acredita no Deus da vida, que não abandona o homem ao poder da morte.
 Diante do menino morto, Elias e a mulher pensam e se comportam de uma forma completamente diferente. E é nesta diferença de atitudes que deve ser assimilado o principal ensinamento do episódio. A mulher perdeu todas as esperanças, sente-se derrotada, chacoteada pela morte, e a única coisa que ainda consegue fazer é procurar um culpado: a sua tentativa de superar a angústia, porém, só aumenta mais o seu desespero. O profeta, ao invés, acredita no Deus que dá a vida e que não nos abandona ao poder da morte.
A viúva de Sarepta, uma mulher estrangeira, confessa a fé em Elias como “homem de Deus”, “porta-voz de Deus”: “Agora vejo que és um homem de Deus e que se encontra verdadeiramente nos teus lábios a palavra do Senhor”. Naamã confessará uma fé semelhante, depois de ser curado e se ter lavado no Jordão por indicação de Eliseu (cf. 2 Re 5,15). Jesus fará referência à viúva de Sarepta e ao sírio Naamã como representante dos gentios que entram n Igreja, após receber o Evangelho (cf. Lc 4,25 27).
COMENTÁRIO
No Evangelho de Lc 7,11-17 temos o relato da ressurreição do filho de uma viúva, em paralelismo com o da primeira leitura a cima citada. Imaginemos os dois cortejos que se encontram.

 O primeiro é precedido por Jesus, o vencedor da morte; o segundo é precedido por um cadáver. O primeiro é formado por pessoas radiantes de alegria, felizes, que seguem o Mestre com passadas rápidas; no segundo, ao contrário, estão todos tristes, pesarosos, desesperados, e caminham a passos lentos e de cabeça baixa. Jesus toca no caixão, onde está o cadáver (v. 14).
Conforme está escrito no Antigo Testamento, este gesto provocava uma grande impureza (cf. Números 19, 6). Jesus não se mostra preocupado com estas tradições dos antigos. Jesus oferece a salvação e mostra o verdadeiro triunfo da vida. Não é o relato em si que é o mais importante, mas o sentido que nos transmite.
Antes de qualquer coisa, temos aqui uma revelação de Deus.

 Diante da atitude de amor e compaixão de Jesus, neste milagre de ressurreição, vemos a exclamação do povo:
“Deus visitou o seu povo”. Jesus é “um grande profeta”, não apenas porque transmite a Palavra de Deus e anuncia o reino com palavras, mas, especialmente porque veio cumprir a vontade do pai, oferecendo a sua vida para nos salvar da morte.


Em seguida, vemos aqui o sentido da vida. Jesus veio, oferecer ao homem a alegria de uma vida plena com um novo sentido. A ressurreição do filho da viúva testemunha Jesus, o Cristo que há de vir, cuja vida triunfa de modo pleno sobre a morte.
Seguindo Jesus, só podemos também suscitar vida, ter misericórdia com os que sofrem, oferecer o nosso amor e a nossa ajuda, ter uma atitude de doação a exemplo do mestre.
Não devemos fazer da nossa vida um cortejo de morte, dos sem esperança, que acompanham o cadáver, em atitude de choro, de luto, de desespero; mas fazer da nossa vida um peregrinar de esperança, de ressurreição, de transformação do choro e da morte em alegria e vida.

                                                Pe. Jeova de Jesus Morais.

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