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sexta-feira, 1 de julho de 2011

A TERCEIRA PALAVRA DE JESUS NA CRUZ

Junto à cruz de Jesus, estavam de pé sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria, a de Cléofas, e Maria, a Madalena. Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, eis o teu filho!” Depois disse ao discípulo: “Eis a tua mãe!” A partir daquela hora, o discípulo a acolheu no que era seu (Jo 19,25-27).
O texto bíblico diz que perto da cruz estavam Sua mãe Maria e o discípulo que Ele amava.  A Sua mãe, uma mulher que viveu uma vida de plena comunhão com o Filho, e o discípulo amado que não temos bem claro quem é, mas sabemos que é alguém ou todos, que sem ter um vínculo familiar, desenvolveu também um companheirismo muito profundo especial com o projeto de Jesus, como veremos adiante.
Imagine agora Maria olhando para Jesus que estava pendurado numa cruz junto com dois ladrões. Aquelas mãos que a virgem Maria segurou tantas vezes, agora estão pregadas na cruz do Calvário e o sangue cotejando dos furos que os pregos fizeram. Aqueles pés que ela tantas vezes ensinou a andar nos caminhos do Pai, agora estão pregados lá na cruz. Aquela fronte que ela beijou e cariciou tantas vezes, agora estava ali, furada por uma coroa de espinhos. E de pé, ali ao lado da cruz, estava a mãe acompanhando seu filho até o fim. Todos tinham abandonado seus discípulos tinham ido embora; a multidão caçoava dEle, os soldados riam de sua situação, os sacerdotes o acusavam, mas Maria a mãe, Maria, a Madalena, mas outras duas mulheres e o discípulo amado permaneciam de pé perto da cruz.
Maria nunca esquece e jamais entendeu a profecia de Simeão quando tomou o recém-nascido em seus braços: "Eis que este menino foi posto para a queda e para o soerguimento de muitos em Israel, e como sinal de contradição - e a ti, uma espada traspassará tua alma!" (Lc 2,34-35).
As quatro mulheres não estão sentadas no chão, mas sim de pé junto à cruz. Só duas delas conhecemos mais de perto: Maria, a mãe de Jesus, e Maria, a Madalena , aquela que derramou "um frasco de perfume sobre a cabeça de Jesus, enquanto ele estava à mesa na casa de um tal Simão" (Mt 26,7). Os discípulos condenaram o gesto carinhoso, censurando-o como desperdício. Jesus assume a defesa da mulher: "Derramando este perfume sobre o meu corpo, ela o fez para me sepultar. Em verdade vos digo que, onde quer que venha a ser proclamado o Evangelho, em todo o mundo, também o que ela fez será contado em sua memória" (Mt 26,12-13).
Mas no cenário de Gólgota existe ainda um outro personagem. O Evangelho não revela o nome. Diz apenas que ao lado da mãe de Jesus se encontrava "o discípulo a quem amava" .Hoje estamos mais inclinados a acreditar que o autor do quarto Evangelho não teve a intenção de apresentar uma pessoa única, histórica, e muito menos de atribuir-se a si mesmo este título, mas, na realidade, o autor quer referir-se a todas as pessoas de todos os tempos e lugares que assumem um compromisso e seguem a Jesus até a cruz. Esses filhos e filhas de Deus são os discípulos e discípulas "a quem Jesus ama". São suas irmãs, seus irmãos amados, a quem, antes de morrer, confia como última e amorosa dádiva a própria mãe.
Na última ceia nos assegurou sua presença no pão e no vinho que se transformam no Corpo e Sangue do Senhor: Corpo entregue, Sangue derramado. No alto da cruz completa o testamento, oferecendo-nos sua mãe como "Mãe Nossa". É de uma comovente solenidade e de uma expressividade singular como Jesus fala pela derradeira vez a sua mãe. Ela deixa de ser apenas mãe de Jesus.  Ao chamá-la com o apelativo de "Mulher", Jesus a confirma como aquela de quem o Livro Gênesis profetizou que "esmagará a cabeça" da antiga serpente (Gn 3,15), a Mulher, saudada por Isabel como "bendita entre as mulheres" (Lc 1,42), a nova Eva, "Mãe de todos os viventes" (Gn 3,20). E o testamento de Jesus agonizante se completa com a palavra dirigida ao "discípulo a quem amava", a todas e todos nós, filhas e filhos de Eva e agora filhas e filhos de Maria: "Eis tua mãe!"
Fotes:
Bíblia Sagrada,
D. Erwin Krätler, Bispo do Xingu.
Pe. Jeová de Jesus Morais
Pároco de Uruará


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