Estando Jesus à mesa em casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e pecadores foram e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. Alguns fariseus viram isso, e perguntaram aos discípulos: «Por que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e os pecadores?» Jesus ouviu a pergunta e respondeu: «As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes. Aprendam, pois, o que significa: ‘Eu quero a misericórdia e não o sacrifício’. Porque eu não vim para chamar justos, e sim pecadores.» (Mt 9,10-13). Somos humanos e essa humanidade é completamente compreendida por Deus que é Pai de misericórdia. No entanto, recebemos uma natureza nova em nós por meio da Fé em Jesus Cristo, que nos ensinou a amar e perdoar . Ele é Salvador e nosso modelo de humanidade. Esse Jesus conhece os pensamentos dos corações humanos e é lá no pensamentos, no intimo do coração que acontece o verdadeiro perdão. “Todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hebreus 4.13).
O PERDÃO VAI ALÉM DOS CÁLCULOS HUMANOS. Pedro aproximou-se de Jesus, e perguntou: «Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?» Jesus respondeu: «Não lhe digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete. (Mt. 18 21-22). Até sete vezes? Pedro quis ser generoso, pois as tradições dos rabinos, falavam em perdoar até três vezes. A resposta de Jesus, tomando-se em consideração o que Pedro disse, significa que o espírito de perdão no coração dos cristãos vai além dos cálculos humanos. Deus perdoou infinitamente ao nos conceder o dom gratuito da Salvação em Cristo, que qualquer ofensa que o irmão possa praticar contra nós, é irrisória, em comparação à Sua graça. Perdoar é o mínimo que podemos fazer, quando pensamos na infinita bondade divina derramada sobre nossas vidas. Jesus diz que não devemos perdoar sete vezes, mas sim setenta vezes sete, para nos ensinar que o perdão não deve ter limite, que não se pode medir o número de vezes que se perdoa.
O AMOR NÃO SE ESGOTA NAS POUCAS OU MUITAS VEZES QUE PERDOAMOS.
Como nos ensina o Senhor: “Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, abençoai os que vos amaldiçoam, rezai pelos que vos caluniam.» Lc 6,27-28. No entanto, amar os nossos inimigos e amar aqueles que nos ofendem, não é a mesma coisa que amar os nossos familiares ou amigos. Amar aqueles que nos ofendem significa estar disponível para eles, ajudá-los se precisarem de nós, não guardar rancor, nem ressentimento em relação a eles. É o Espírito Santo que, à medida que vamos rezando pelos que nos ofendem, vai colocando a paz nas nossas vidas, e nos vai fazendo compreender que aqueles que nos ofenderam são nossos irmãos que fraquejaram naquele momento, como nós já fraquejamos em tantos momentos. Deus sabe que só o perdão traz paz, serenidade e felicidade aos corações dos seus filhos e filhas. Só perdoando podemos viver como Ele mesmo nos pede no Seu mandamento maior: «Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a te mesmos».
Pe. Jeová de Jesus Morais
Pároco de Uruará´Pa
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