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sexta-feira, 27 de maio de 2011

LENDA DO IPÊ

A muitos e muitos anos atrás, quando ainda o Brasil não era tão povoado.
Conta-se que nessa época uma tribo de índios Carajás habitava ao norte do rio Amazonas.
O seu chefe supremo era o cacique Iacan, ainda jovem, bonito, forte, valente um guerreiro respeitado pelas suas bravas façanhas na defesa de sua tribo e tradições; era casado com a bela índia Iaran, que não tinham sido agraciados ainda com filho apesar de estarem casados há vários anos.
A cada ano que passava Iaran ficava mais triste por ver seus sonhos de ser mãe não se realizarem. Iacan não desanimava e procurava animá-la e a tratava com todo o carinho, pois ele a amava muito e não queria outra esposa, e lembrava sempre o juramento que haviam feito embaixo da árvore pau-d’arco, que o amor deles seria eterno e ninguém os separaria.

Ele ficava triste também e procurava disfarçar o quanto sofria por ela e abraçando-a dizia que o amor deles bastaria e não se importava que não tivessem o filho tão desejado.
A árvore que tantas vezes viu o amor deles crescerem, e tantos planos por realizar.
Conta-se que a árvore era mágica, pois em noites de lua cheia ouvia-se choro e os seus galhos batiam uns contra aos outros como se quisessem que alguém ouvisse os seus lamentos.
Iaram quando ouvia essas histórias ria e não acreditava, pois lembrava quantas vezes ela e Iacan ficavam sentados embaixo dela e nunca ouvira nada, tudo o que diziam era uma grande tolice.
Passando pela oca onde os membros do conselho se reuniam, iam pressionar Iacan para que procurasse outra esposa. Ele se recusava e dizia que amava a esposa, ele preferia perder o posto de chefe e ser simplesmente um guerreiro comum, a se casar novamente.
Iaran a situação difícil de seu marido e como coração apertado, foi correndo até o rio, e sentando-se em baixa da árvore preferida em prantos pensando em tudo que ouvira, ela sentia que era um empecilho para o marido por não ser mãe.
Levantou-se e ia correr com firme propósito de se jogar no rio e deixar o seu amado livre, e para se despedir foi até a árvore onde tantas vezes fizeram juras de amor eterno.
Abraçando-a e sua lágrimas escorrendo pelo rosto Amiga de tantascaindo pelo tronco e indo até as raízes. Falava baixinho: alegrias e agora de tristezas profundas, venho me despedir, pois não consigo dar a alegria a meu marido de ser pai e estou atrapalhando-o, então vou dar-lhe a liberdade que ele merece, e o libertarei das promessas que você tantas vezes ouvia.
A árvore estremeceu, ela afastou-se assustada, quando viu saindo do tronco um vulto de uma belíssima mulher com um vestido verde como as folhas e ornamentados por arabescos brancos, amarelos, rosas, lilás, roxo em degrade. Iaran queria correr, mas estava petrificada e seus pés presos ao chão, não conseguia se locomover.
A bela mulher pedia para que se acalmasse e sorrindo dizia para não se assustar, que não lhe faria mal. Aos poucos foi se recuperando do susto e mais calma perguntou-lhe: - Como a senhora saiu de dentro da árvore?
Sou a fada espírito das árvores ornamentais, não tenha medo, eu conheço você e Iacan há muito tempo, ouvia suas juras de amor a minha sombra e me sentia feliz por ver esse amor tão lindo florescendo. Minha amiga eu fiquei presa por muitos anos aqui nessa árvore. O espírito do mal na figura de uma mulher muito má lá da parte escura da floresta e apontando para os lados daquelas montanhas bem longe onde só apareciam os picos; foi por despeito e inveja, não se conformava com a minha floresta de luz, onde o sol brilhava sempre e as flores vão se espalhando por toda a parte deixando suas sementes tornando a floresta bela com seu colorido, onde os pássaros e animais se sentiam felizes.
Essa malvada me enganou, transformando nessa árvore sem flores e estéril, deixando esse lugar triste. E que eu só ficaria livre do encanto quando uma mulher estéril me abraçasse e com suas lágrimas molhassem minhas raízes. Você desfez o encantamento e lhe devo aminha liberdade. É por isso que não há flores por aqui e parece que os pássaros cantam tristes. A alegria vai voltar, só vai depender de você e Iacan, terá que procurar árvores com flores, colher e trazê-las a cada lua cheia e colocá-las nas raízes desse pau-d’arco. Preste muita atenção nas cores do meu vestido, sendo uma cor a cada lua cheia e não voltem aqui senão na próxima lua cheia. Mas, não existem flores por aqui, onde vamos achá-las?
Se você quer realizar o seu sonho, tem que procurar onde estiver agora vá.
Iaran saiu correndo e ainda parou e voltou-se, jogando um beijo com as mãos para a bela mulher, que sorrindo gritou: Eu aceito esse afeto e desapareceu.
Chegando toda alvoroçada abraçou o marido pedindo que viesse até a oca, ele a seguiu preocupado, o que será que teria ocorrido.
Sentou na rede, ela contou com detalhes o que havia acontecido, ele ficou surpreso e abraçando-a, É isso mesmo que você quer? Você acredita ser verdade? perguntou:
 Eu acredito, é verdade eu juro. Iacan ficou pensativo, mas não acreditando muito, mas para não contrariá-la, esta bem, a lua cheia é amanhã.
E qual açor que vamos procurar em primeiro lugar?
Ela batia palmas, as amarelas.
Na manhã seguinte saíram logo cedo alegres, eles caminharam mata adentro hora e horas, olhando para todos por lados e quando as encontravam Iacan subia nas árvores ou as colhiam nas ramagens escolhia as mais belas e as colhiam com todo o cuidado e carinho fazendo buquês e as amarrava com cipó. Como duas crianças felizes e sorridentes chegaram e depositaram todos os buquês aos pés da árvore e iam e vinham do rio trazendo água para regá-las.
E num momento de muita alegria, abraçaram a árvore e ao mesmo tempo:- Nós te amamos, realize o nosso desejo, a cor é amarela e foram embora sem olhar para trás. A bela mulher que a tudo assistia olhou-os com muito amor e olhando para a copa da árvore que ficou toda amarela com flores formada por pequenos buquês deflores como eles haviam trazidos.
Nas próximas luas cheias lá estavam eles com a mesma alegria levando os buquês de flores, desta vez a cor brancas, e quando ao abraçá-la fazendo o mesmo pedido e dizendo a cor, quando olharam para cima, mas uma surpresa os esperavam, a árvore estava toda florida com buquês de flores amarelas tão lindas, ficaram de boca aberta. O entusiasmo tomou conta dos dois, depositando as flores regando as e saindo sem olham para trás. O mesmo aconteceu com as outras cores: rosas, lilás, roxa, iam vendo como se fossem milagre todas as cores de pau-d’arco sendo colorido a cada lua cheia, formando um bosque maravilhoso com seu colorido dando ao lugar um encanto nunca visto em lugar algum. E com o passar do tempo a aldeia ficou toda cercada deflores indo até a beira do rio. Então a bela mulher chamou-os embaixo da árvore que eles haviam feito o pedido e disse:- Agora quem lhes agradece sou eu, por ter dado nova vida e beleza a toda minha floresta e quebrou o meu encanto.
Vocês terão o desejo realizado, juntem suas mãos as minhas e aperto-as com carinho. Só lhe peço que a partir de hoje essas flores sejam batizadas de ipês, elas serão sempre um encanto para os olhos, a beleza que simboliza o amor e a vida que Deus criou para nos doar esse imenso amor que nos dedica, e esse presente tão belo para que possamos nos alegrar e lembrar que tudo é criação de nosso Pai Eterno e que devemos preservá-la.  Depois de alguns meses nasceram os filhos do cacique para completar a sua felicidade. O pai todo orgulhoso apertou-os em seus braços, os mais belos do mundo e anunciando que os filhos seriam chamados de Iaacan e a bela e risonha menina de Floripes que quer dizer “flor de ipê”. A felicidade foi morar novamente naquela aldeia rodeada de ipês coloridos por todas as partes.
É por isso que os ipês quando florescem caem as folhas e só ficam os buquês que cobrem todas as copas dos ipês de pau-d’arco. Os ipês são flores ornamentais de grande beleza que passaram a enfeitar e embelezar as matas, ruas, jardins para dar alegria e beleza a nossa vida.
Ed:
Jeová de Jesus Morais
Pároco de Uruará
Prelazia do Xingu

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