NOSSA SENHORA DAS DORES.

Foi o Papa Pio X que fixou a data de 15 de Setembro para comemoração de Nossa Senhora das dores, porém no novo calendário litúrgico é celebrado a memória da Virgem Maria Dolorosa. Com este título nós honramos as dores de Maria aceita na redenção mediante a cruz. É em pé ao pé da Cruz que Maria a Mãe de Jesus crucificado torna-se a Mãe de todos nós e do corpo místico de Cristo nascido do lenho. Toda ação de Jesus, particularmente, sua obediência, paixão e morte na cruz gera sinal definitivo de salvação para toda humanidade. O Concílio Vat. II nos diz: Do lado de Cristo dormindo na cruz nasce o admirável sacramento de toda a Igreja. Antes de ser assumido ao céu, fundou sua Igreja como Sacramento de salvação. Ad. gt. Isto é, nós somos nascidos, enquanto cristãos, do mútuo amor sacrifical e sofredor de Jesus e Maria. Eis porque hoje se oferece à nossa devota e carinhosa meditação as dores de Maria. Mãe de Deus e nossa.
A devoção, que precede a celebração litúrgica, fixou simbolicamente as sete dores de Maria:
1ª Dor - Profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas, 2, 34-35)
Simeão os abençoou e disse a Maria, sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser ocasião de queda e elevação de muitos em Israel e sinal de contradição. Quanto a ti, uma espada te transpassará a alma (Lc 2,34-35).
2ª Dor - Fuga para o Egito da Sagrada Família para o Egito (Mt. 2, 13-21).
O anjo do Senhor apareceu em sonho a José e disse: Levanta, toma o menino e a mãe, foge para o Egito e fica lá até que te avise. Pois Herodes vai procurar o menino para matá-lo. Levantando-se, José tomou o menino e a mãe, e partiu para o Egito (Mt 2,13-14).
3ª Dor - Maria procura o Menino Jesus durante três dias em Jerusalém (Lucas, 2, 41-51).
Acabados os dias da festa da Páscoa, quando voltaram, o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que os pais o percebessem. Pensando que estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia e o procuraram entre parentes e conhecidos. E, não o achando, voltaram a Jerusalém à procura dele (Lc 2,43b-45).
4ª Dor - O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas, 23, 27-31).
Ao conduzir Jesus, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e o encarregaram de levar a cruz atrás de Jesus. Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres que batiam no peito e o lamentavam (Lc 23,26-27).
5ª Dor - Maria em pé ao pé da Cruz observando o sofrimento e morte de seu filho Jesus (João, 19, 25-27).
Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Vendo a Mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse Jesus para a mãe: Mulher, eis aí o teu filho! Depois disse para o discípulo: Eis aí a tua Mãe! (Jo 19,15-27a).
6ª Dor - Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus, 27, 55-61).
Chegada a tarde, porque era o dia da Preparação, isto é, a véspera de sábado, veio José de Arimatéia, entrou decidido na casa de Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Pilatos, então, deu o cadáver a José, que retirou o corpo da cruz (Mc 15,42).
7ª Dor - Maria observa o corpo do filho sendo depositado no no Sepulcro (Lucas, 23, 55-56).
Os discípulos tiraram o corpo de Jesus e envolveram em faixas de linho com aromas, conforme é o costume de sepultar dos judeus. Havia perto do local, onde fora crucificado, um jardim, e no jardim um sepulcro novo onde ninguém ainda fora depositado. Foi ali que puseram Jesus (Jo 19,40-42a).
Pe. Jeová de Jesus Morais
Pároco de Uruará - Prelazia do Xingu