
O evangelho de São Mateus 27,45-46, fundamentado no livro do profeta Isaias Capítulo 53:3, afirmar que Jesus Cristo era homem de dores.

O sofrimento era intenso, muita crueldade, algo terrível, estando Cristo dependurado, com uma coroa de espinhos cravada na cabeça, havia mais de três horas naquela cruz, sendo humilhado, escarnecido, açoitado.
Levava sobre si todas as nossas dores, e angústias,

Em dado momento clamou ao Pai dizendo: Deus meu, Deus meu, porque me desamparastes? Pouco antes de morrer em meio aos tormentos, Jesus começa a balbuciar num derradeiro esforço entre dores inimagináveis o comovente e, ao mesmo tempo, sombrio Salmo 21 (22). Mateus (Mt 27,46) nos transmite o versículo 2 do Salmo 21 (22) na língua hebraica, Marcos (Mc 15,34) em aramáico, idioma usado na Galiléia. Como não foi o impacto desse grito


Jesus passa pela angústia de sentir-se completamente abandonado experimenta a noite escura da tremenda solidão em meio ao redemoinho de um indizível sofrimento que se fecha sobre ele. Tudo vira trevas. Jesus vive essa experiência até ao extremo.
No Evangelho de Marcos 14.32 a 36 a palavra diz: E foram a um lugar chamado Getsêmane, e disse aos seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto eu oro. E tomou consigo Pedro, e a Tiago, e a João, e começou a ter pavor, e a angustiar-se.
E disse-lhes: A minha alma está profundamente

E tendo ido a um pouco mais adiante, prostrou-se em terra e orou para que, se fosse possível, passasse dele àquela hora.
E disse: Abba, Pai, todas as coisas te são possíveis, afasta de mim este cálice, não seja, porem, o que eu quero, mas o que tu queres. Lucas 22.40 a 44: E, quando chegou aquele

E posto em agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se grandes gotas de sangue,

Muitos de nossos irmãos e irmãs experimentam essa solidão, a dor do abandono, de não entender mais nada, de duvidar da bondade de Deus, até de usar as palavras de Jó e amaldiçoar o dia em que nasceu: "Por que não morri ao deixar o ventre materno, ou pereci ao sair das entranhas? Por que me recebeu um regaço e seios me deram de mamar?" (Jó 3,11-12). Quantos gritos sobem dos "porões da humanidade":

Há muita coisa em nossa vida que jamais

Porém, nas horas de treva ainda existe a opção de mergulhar no silêncio e contemplar a cruz. Por mais escura que seja a noite, o sol volta sempre a brilhar! O "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?" não é a última palavra. "Do fundo do abismo, em meio à angústia invoquei o Senhor e ele me atendeu. Já no ventre da morte, pedi tua ajuda e ouviste a minha voz" (Jn 2,3). É na manhã da Páscoa, ao ressuscitar Jesus, que Deus dá seu Sim definitivo e irrevogável à vida.
(Dom Erwin Kräutler, Bispo do Xingu)
Pe. Jeová de Jesus Morais
Pároco de Uruará
Prelazia do Xingu
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